A Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (FENATRAD) celebra o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, comemorado, nesta quinta-feira (25).
Confira os depoimentos da coordenadora geral da entidade, Luiza Batista e da presidenta de Honra, Creuza Oliveira, sobre a data.
“Nós, da FENATRAD, temos esse dia e o Julho das Pretas para comemorar, falar das nossas lutas e da importância do nosso trabalho. Somos mulheres negras que exercem o cuidado de outras pessoas. Além disso, mostrar para a sociedade o quanto o trabalho doméstico, que tem a missão do cuidado, é importante na vida das pessoas. Nosso trabalho propicia a muitas outras mulheres a estar no mercado de trabalho. Sendo que na maioria são mulheres brancas. Lutarmos para dar visibilidade ao Julho das Pretas e mostrar para esta sociedade tão racista o nosso valor”, disse Luiza Batista.
“A luta das mulheres negras não começou agora, mas há muitas décadas. Eu acho que desde o período da escravidão, quando negros e negras eram traficados da África para o Brasil e outras partes do mundo, que as mulheres negras sempre tiveram o papel de vanguarda, da luta. E a luta tem um papel fundamental na construção da sociedade e na vida de nós, trabalhadoras domésticas. A gente acompanha constantemente casos de mulheres negras que foram resgatadas de trabalho escravo. Então, para nós, essa data é muito importante”, destacou Creuza Oliveira.
Data
O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) a partir do primeiro Encontro de Mulheres Afro-Latino-americanas e Afro-caribenhas, ocorrido em 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana.
Segundo a ONU, o dia é considerado um marco da união de vozes de mulheres afrodescendentes de todo o continente. A principal intenção é denunciar o racismo e machismo enfrentados por mulheres negras, não só nas Américas, mas também em todo o mundo.
No Brasil, pela Lei 12.987/2014, ficou estabelecido, também no dia 25 de julho, o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza de Benguela, ficou conhecida como “Rainha Tereza”, que viveu no século XVIII, no Vale do Guaporé (MT), e liderou o Quilombo de Quariterê.
A partir disso, os movimentos de mulheres negras criaram o Julho das Pretas. Durante o mês de julho são realizados atos que celebram e visibilizam a trajetória de resistência das mulheres negras, propondo uma agenda colaborativa de atividades.