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Tradicional caruru de Cosme e Damião vai se tornar Patrimônio Imaterial da Bahia

Os estudos para a patrimonialização do registro da iguaria foram produzidos pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC)

Na Bahia, setembro é sinônimo de homenagens aos santos gêmeos Cosme e Damião e, neste ano, as celebrações ganham um novo tempero. O Conselho Estadual de Cultura, em plenária realizada nesta quinta-feira (19), aprovou o tradicional caruru de Cosme e Damião como patrimônio imaterial do Estado da Bahia. Os estudos para a patrimonialização do registro da iguaria foram produzidos pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), unidade vincula à Secretaria de Cultura (Secult-Ba). Agora, o parecer será enviado para publicação no Diário Oficial do Estado, após sanção do governador Jerônimo Rodrigues.

O secretário de Cultura do Estado da Bahia e presidente de honra do Conselho, Bruno Monteiro, marcou presença na sessão plenária. “Este é um momento histórico. Estamos aqui celebrando a salvaguarda de mais uma tradição baiana”. Ainda durante a sessão, o secretário elogiou o relatório e parecer apresentados e informou que espera que a oficialização do registro especial seja publicada no Diário Oficial do dia 27 de setembro, Dia de São Cosme e São Damião.

Marcelo Lemos, diretor geral do IPAC, comemora o registro. “Reconhecer o Caruru de Cosme e Damião como Patrimônio Cultural da Bahia demonstra o compromisso do Estado com a valorização da nossa cultura. Uma tradição que traz uma memória afetiva muito grande, que traz consigo uma importância religiosa, cultural e econômica para o nosso estado. Então, salvaguardar esse bem, é salvaguardar memórias, assegurar a transmissão para as novas gerações e demonstração de respeito ao sincretismo religioso tão forte na Bahia. Esta é também uma forma de assegurar a sua continuidade, reprodução e transmissão às novas gerações. Quem não fica ansioso para um convite para um caruru quando chega setembro?”.

Durante a plenária, o presidente da Câmara de Patrimônio e autor do processo de patrimonialização, Táta Ricardo, falou sobre a aprovação. “O princípio do patrimônio é de fato pertencimento. A gente não aprende na academia, na universidade, patrimônio é algo que a gente herda. O caruru de São Cosme e Damião é uma das maiores manifestações populares de origem sacra do estado, mantida pelas pessoas, famílias e comunidades religiosas e culturais presentes em toda a Bahia”, destacou.

O Caruru de São Cosme e São Damião

O culto a São Cosme e Damião, os santos gêmeos da igreja católica, ganharam especial aspecto na cultura afro-brasileira e afro-baiana, ao encontrarem correspondência com o culto aos Ibejis, divindades gêmeas das religiões afro brasileiras. As celebrações acontecem no dia 27 de setembro, com a oferta do tradicional caruru.

Na Bahia há uma diversidade de modos como se apresenta o caruru, inclusive com a presença de sambas e rezas. Geralmente as famílias que cultuam os santos, possuem gêmeos e a festa se dá a partir de várias etapas para a sua realização, que ocorre de forma comunitária, com a participação das famílias e a celebração do rito que inclui, inclusive, práticas ritualísticas católicas e afro-brasileiras.

Foto: Jonas Santana/Divulgação

Fonte: Secult/Ba.

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